Feliz Natal, Alex Cross
James Patterson
ISBN: 9788580412154
Tradutor: Beatriz Medina
Ano: 2013
Páginas: 176
Editora: Arqueiro
Pontuação:  ♥ ♥ ♥   
É véspera de Natal, tempo de paz e fraternidade Infelizmente nem todos pensam assim. Após deter um ladrão que estava roubando a caixa de doações da igreja, tudo o que Alex Cross quer é ter uma noite feliz com sua família. Mas, para tristeza de seus filhos, de Bree e de Nana Mama, o detetive será convocado para solucionar não apenas um, mas dois casos no feriado. Numa bela mansão, uma família é mantida refém Alex atravessa a cidade rumo a uma das regiões mais nobres de Washington. Henry Fowler, um famoso advogado que viu sua vida e sua carreira serem arruinadas, ameaça matar os filhos, a ex-mulher e seu novo marido. Psicótico e viciado em metanfetamina, Fowler precisa ser detido. Mas a pergunta que não sai da mente do psicólogo que habita em Cross é: o que faria alguém tão bem-sucedido afundar dessa maneira? Envenenamento e terror na estação de trem Convocado às pressas pelo FBI, Cross terá que capturar uma antiga inimiga: a terrorista Hala Al Dossari, que foi reconhecida por uma das câmeras da Union Station. Em pouco tempo acontecem mortes e explosões. Mas será esse ataque seu único objetivo? Ou tudo fará parte de um plano maior, capaz de gerar uma catástrofe nacional? 

James Patterson dispensa comentários. É um autor de renome que vendeu milhões de livros em todo o mundo, notabilizando-se pela série de livros com o psicólogo Alex Cross e Clube das Mulheres.

Feliz Natal, Alex Cross repete a dose de sucesso do autor. O livro é dividido em duas histórias que acontecem na véspera e no dia de Natal, consecutivamente. Apesar das duas histórias acontecerem quase ao mesmo tempo, elas não possuem conectividade entre si, a não ser o fato de terem Alex Cross como protagonista.

A primeira história me agradou bastante. Das duas, para mim, essa foi a melhor. Patterson traça um paralelo entre duas famílias na Noite de Natal. De um lado, a família de Cross comemorando o Natal de forma bem tradicionalista, com presentes, peru, árvore-de-natal, presentes, etc.; tudo muito simples, mas cheio de amor. Por outro lado, temos uma família refém de um louco que destrói a ceia de natal em busca de vingança, movido pelo despeito e corroído pelo ódio. Cross deixa o aconchego do lar, sob uma nevasca terrível, para impedir que o natal dessa família se transforme num banho de sangue. Até onde Alex Cross irá para conseguir impedir que uma família inteira seja destroçada? Colocará sua própria vida em risco, mesmo sabendo que sua própria família está comemorando o Natal sem ele?

O desfecho dessa história é muito legal. O mal não conhece obstáculos. O bem  reflete sobre suas ações, ponderando entre o certo e o errado. O mal, não. Os que trilham o caminho da maldade não refletem. Eles agem. É uma ação desastrosa, caótica, traumática e dolorosa. Agem por instintos, longe de qualquer razão. Sob as presas, as vítimas. Pessoas inocentes e vulneráveis que, muitas vezes, não fazem a menor ideia do que está lhes sucedendo. Na maioria das vezes, são idosos, crianças e mulheres, as maiores vítimas desses loucos. Ainda mais numa noite que deveria ser feita de amor e solidariedade, quando mal não descansa, não ama e não perdoa.

A segunda história é bem interessante, mas não me agradou porque envolve terrorismo e fanáticos religiosos. É um tema atual, claro, e, lamentavelmente, recorrente. Acho que depois do 11 de setembro eu me fartei desse tipo de assunto. Não sei, não me levem a mal, mas realmente estou em uma fase que fujo de leituras com o tema. Mas história em si é bem interessante e a adrenalina corre solta o tempo todo. Cross nem bem saiu de um caso difícil e o Papai Noel já está fazendo um desvio para não cruzar o seu caminho. Pelo menos não antes dele resolver mais um caso de terroristas com bombas no metrô de Washington.

Particularmente, achei a primeira história mais dramática e bem mais a cara do momento atual que nos cerca, com violência eclodindo ao redor de nós a cada segundo. E nesse contexto, Petterson acertou em cheio.

A narrativa e os personagens de James Patterson são o que há de melhor em livros de suspense policial. Ele consegue contar uma ótima história em poucas páginas, enredando-nos na trama desde o começo. Por isso, não se iluda pelas 171 páginas. Ali tem muita história para ler. De certo, um feito notável que poucos autores conseguem realizar hoje em dia. Ainda mais com o mercado literário abarrotado de longas séries de livros imensos que, no fundo, uma grande maioria deles, mais enchem linguiça do que contam história, propriamente dito.

Feliz Natal, Alex Cross é um daqueles livros que, certamente, fará você acreditar que o Natal é uma época de amor e confraternização, e que o mundo ainda precisa, lamentavelmente, de muitos Alex Cross. Bem mais do que de um Papai Noel.

Leia, reflita e... um Feliz Natal!