ISBN: 9788555340208
Ano de Lançamento: 2016
Número de Páginas: 248
Gênero: contos
Editora: Seguinte
Classificação: ★★
♥ livro cedido pela editora
Sinopse: Quem disse que as mulheres nos contos de fadas são sempre donzelas indefesas, esperando para ser salvas pelo príncipe encantado? Esta coletânea reúne narrativas folclóricas do mundo inteiro — do Peru à África do Sul, da Escócia ao Japão — em que as mulheres são as heroínas das histórias e vencem os desafios com esforço, coragem e muita inteligência. Este livro é para todo mundo que não se identifica com as princesas típicas dos contos de fadas. É para garotas e garotos, para que todos possam aprender que as maiores virtudes de um herói não são exclusivas a um só gênero. Enriquecida com textos de apoio e ilustrações modernas, esta edição é uma fonte inestimável de heroínas multiculturais — e indispensável para qualquer estante.

Confesso que não sou sou grande apreciadora de livros de contos. Mas, se o assunto me interessa, sim, eu me rendo aos encantos desses livros. Foi o que aconteceu com Chapeuzinho Esfarrapado e Outros Contos Feministas do Folclore Mundial, livro organizado por Ethel Johnston Phelps, e publicado originalmente em 1978, que traz vinte e cinco contos folclóricos mundiais. Mas com um diferencial de tantos outros contos que você já leu e cresceu conhecendo: eles trazem protagonistas femininas fortes.

Você cresceu assistindo, ouvindo, lendo ou conhecendo os mais açucarados contos de fadas, fábulas cheias de magia e poder. Porém, pare um pouco para refletir a forma com que as mulheres são retratadas nestas histórias. Se sua resposta pendeu para o lado romântico, amiga, preciso te alertar: não! As mulheres têm sido retratadas ao longo da história de forma passiva, como mulheres frágeis, dóceis, submissas. E até burras e ignorantes, em alguns casos. Mulheres que precisam de um príncipe para fugir de uma situação ao qual elas mesmas não conseguem escapar, ou que precisam deste mesmo príncipe para ser feliz. Isso para ilustrar de forma bem suave a situação.

Nada contra os clássicos contos de fadas (principalmente os da Disney, cof cof). Porém o modo como a mulher é "pintada" na maioria destes contos é sim bem embaraçoso e, muitas vezes, vergonhoso. É com esta vontade de mostrar o valor de ser mulher, dona de si mesma, heroína de sua própria história, feliz por simplesmente ser, que Ethel resolveu reunir estes contos fabulosos que mostram a força feminina, e que nem ao menos imaginávamos existir. Aí sim, cara amiga, dá gosto de dizer que se é representada por um conto.

Com prefácio - simplesmente maravilhoso - escrito pela autora Gayle Forman, neste livro conhecemos mulheres inteligentes, sagazes, fortes, corajosas e determinadas. Elas mostram a que vieram, salvam o dia, lutam por seus ideais. Esperar pelo príncipe? Mais fácil salvá-lo! Este é um livro feminista? Não coloquemos rótulos! Veja bem, não vamos entrar nestas questões. Trata-se de mostrar que a igualdade de gênero existe. Eu, mulher, sou tão capaz quanto qualquer homem de realizar feitos incríveis. Assim como o homem também é capaz. Qualquer mulher é capaz de conduzir sua própria história, realizar e conquistar seus sonhos... como qualquer homem também é. Essa é a grande questão do livro: todos somos igualmente capazes, independente do sexo.

Posso dizer que fiquei maravilhada com o poder destes curtos contos. Incrível conhecer estas pequenas histórias cheias de poder, com uma mensagem tão atual e verdadeira. Em vinte cinco contos somos apresentados à diversas situações e realidades,  de forma simples mas realmente encantadora. E poderosa.

Chapeuzinho Esfarrapado e Outros Contos Feministas do Folclore Mundial foi, para mim, uma grata surpresa e proporcionou uma maravilhosa leitura. Que ainda tem a recompensa de ser permeada por lindas ilustrações de Bárbara Malagoli, que trouxeram ainda mais encanto a este livro.

Ao final, acho que independente de gênero, a mais bela mensagem que este livro traz é: vamos viver o amor e respeito, por si mesmo e pelo próximo; e paz, pois todos podemos viver e conviver igualmente felizes e capazes, sem qualquer preconceito ou intolerância. Ser feliz é o que há!